Dario Argento contribuiu muito para o cinema fantástico ao longo de sua filmografia. A década de 70 foi seu grande apogeu, onde dirigiu clássicos do terror italiano. "O Pássaro de Sete Plumas" e "Profondo rosso" fazem parte de sua grande fase giallo. Já "Suspiria" e "Inferno" são filmes mais sobrenaturais, mas não menos estilosos.
Tendo como inspiração o mestre Mario Bava, Argento ao lado de George Romero é um dos cineastas de terror mais homenageados e plagiados do gênero. "Suspiria", por exemplo é um belo quadro artístico, que ditou um estilo muito usado depois em outras produções italiana. Mas além de uma grande obra visual e plástica, o filme de 1977 é uma assustadora trama sobre bruxaria.
Porém, depois de seu auge Argento oscilou com pequena obras, que de longe lembravam sua fase mais criativa e inspiradora. Um desses filme é "Tenebre" de 1982. A plasticidade de sua filmografia, uma de suas grandes marcas está empregada nesse filme. O gore, pouco usado em outros "carnavais" por Argento, dessa vez é usado em grande teor. Aqui você encontra machados fincados na cabeça, tal como braços decepados, seguidos por enxurrada de sangue.
Apesar da qualidades citadas, Argento parece que perdeu um pouco a mão e deixou o clima do filme um pouco cansativo. O fato é que "Tenebre" é um exemplar fraco em sua rica filmografia. Peter Neal (Anthony Franciosa) é um famoso escritor americano de romances policiais que vai a Itália à negócios. No país da bota, Neal depara-se com uma misteriosa série de mortes, baseadas em seu último livro, chamado "Tenebre". Em sua cola, o Detetive Germani (Giuliano Gemma) investiga o caso que a cada crime parece mais sem solução. É evidente a metalinguagem que Argento usa entre o filme e o tal livro escrito pelo protagonista. Até poque no fim da década de 70, Argento foi ameaçado de morte por um fã.
Como no manual do bom giallo, Argento confunde o espectador com suas reviravoltas quanto a verdadeira identidade do assassino. Seria sua dedicada assistente na qual nutre um pequeno sentimento? Seria seu agente canastrão (interpretado pelo excelente John Saxon)? Seria o crítico e apresentador de televisão que admira seu trabalho? Ou seria sua ex-esposa, obcecada e possessiva que vive perseguindo-o? De qualquer forma nem a trilha inspirada dos Goblin, com suas músicas amplificadas, apagam as péssimas atuações do longa e os furos de roteiro.
Além de ser muito confuso, "Tenebre" conta com um elenco de atrizes, que apesar da beleza, deixam muito a desejar. A cena na qual o assassino mata as lésbicas no começo do filme é uma das grandes da carreira de Argento, pois ele consegue usar de técnicas requintadas de angulação de câmeras. Contudo o desempenho das beldades é fraco e não convence.
O final do filme, no ponto de vista visual é inesquecível e violento. Ma o desfecho da trama e a revelação do mistério é forçado e nenhum pouco surpreendente. "Tenebre" é uma de suas grandes obras visuais, mas não oferece um bom conteúdo para os grandes fãs de giallo. É tanta reviravolta e tantos mistérios insolúveis durante a película, que o espectador fica tonto. Apesar dos contras, nunca subestime uma obra de mestre, mesmo ela sendo um fraco exemplar de um talento único.
NOTA DE TERROR-6
DIVERSÃO:7
VIOLÊNCIA-8,5
CRIATURA-PSICOPATA
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segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
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