Ti West é um jovem cineasta do interior do EUA, que brevemente será reconhecido como um expoente entre uma nova geração de diretores de terror. Em 2005, debutou com um filme de baixíssimo orçamento chamado, "The Roost". A película não vingou, contudo impulsionou o rapaz a criar mais um longa metragem. Graças à festivais de filmes fantásticos e independentes, "The House of the Devil", causou certo alvoroço e ganhou bastantes elogios. Também puderá, com a simplicidade de uma película oitentista, um clima tenso e incômodo e uma trilha sonora arrebatadora, West criou uma sensação na cena underground de horror.
Samantha é uma universitária que muda-se para uma nova pensão. Encantada com a nova moradia, a jovem trata de buscar um emprego o mais rápido possível, para pagar o tão sonhado aluguel de seu pequeno espaço. Após uma andança na cidade que reside, Samantha lê em um panfleto que precisa-se de uma babá e logo prontifica-se à telefonar para o número impresso no papel. Após receber uma resposta positiva, a universitária dirigisse para a inóspita residência que vai trabalhar por quatro horas. Sua melhor amiga Megan lhe dá carona para o local, apesar de sua desconfiança quanto aquele misterioso trabalho. Coincidentemente (ou não), a noite será marcada por um eclipse, que cobrirá a lua por horas.
Ao chegar no local, as jovens são recepcionadas por um homem muito alto e magro, que apoia-se em uma bengala. Ele oferece U$400 para Samantha, afim dela passar quatro horas com a velha sogra moribunda. Megan deixa a amiga na casa e dirige-se a um cemitério local. Enquanto isso, a outra universitária tenta passar o tempo com o que pode. Joga sinuca, dança ouvindo walkman (sim, o filme se passa na década de 80), pede pizza de pepperoni, entre outras coisas. Contudo, Samantha não sente-se segura na velha casa. Há algo de muito estranho no local que a incomoda.
Dos 90 minutos da película, posso afirmar que apenas os 10 últimos são efetivamente considerados terror. O clima "paradão" de quase toda película contribui para o desfecho perturbador e satânico. Com uma pitada de gore, "A Casa do Diabo" oferece uma violência bem equilibrada e nada gratuita, além de pequenos toques de humor. Aliás, pode-se dizer que o diretor e roteirista criou um filme no ponto. Apesar de não ser uma obra-prima do gênero, o longa é uma boa homenagem à clássicos oitentistas, onde o clima era o que mais interessava na história. A simplicidade do roteiro também é uma marca desse filme, pois não temos reviravoltas nem nada de muito novo. Entretanto os clichês são quase nulos, tornando "A Casa do Diabo" em uma pepita de ouro meio à cine-séries de "Torture porn" ou remakes hollywoodianos de bons (nem sempre) filmes estrangeiros.
A trilha sonora ajuda no climão pesado do filme. Fazia muito tempo que não ouvia nada tão bom no cinema de terror. De fato é um dos melhores "score" da década passada. Impressionante, ainda mais tratando-se de uma produção independente e de baixíssimo orçamento. "A Casa do Diabo" é um bom filme que tem fortes pretensões a se tornar um cult, tal como "Cabana do Inferno" de Eli Roth. Por falar nesse filme de 2003, Ti West, diretor de "The House of the Devil", dirigiu a continuação da película de Roth. Apesar de eu ainda não ter visto, posso afirmar que a opinião do povo não é das melhores. O novato cineasta em menos de um ano, criou um cult e dirigiu um "pepino". Quem sabe ele nos surpreenda positivamente no próximo trabalho?!
sexta-feira, 26 de março de 2010
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