Pages

sexta-feira, 26 de março de 2010

A Casa do Diabo (2009)

Ti West é um jovem cineasta do interior do EUA, que brevemente será reconhecido como um expoente entre uma nova geração de diretores de terror. Em 2005, debutou com um filme de baixíssimo orçamento chamado, "The Roost". A película não vingou, contudo impulsionou o rapaz a criar mais um longa metragem. Graças à festivais de filmes fantásticos e independentes, "The House of the Devil", causou certo alvoroço e ganhou bastantes elogios. Também puderá, com a simplicidade de uma película oitentista, um clima tenso e incômodo e uma trilha sonora arrebatadora, West criou uma sensação na cena underground de horror.

Samantha é uma universitária que muda-se para uma nova pensão. Encantada com a nova moradia, a jovem trata de buscar um emprego o mais rápido possível, para pagar o tão sonhado aluguel de seu pequeno espaço. Após uma andança na cidade que reside, Samantha lê em um panfleto que precisa-se de uma babá e logo prontifica-se à telefonar para o número impresso no papel. Após receber uma resposta positiva, a universitária dirigisse para a inóspita residência que vai trabalhar por quatro horas. Sua melhor amiga Megan lhe dá carona para o local, apesar de sua desconfiança quanto aquele misterioso trabalho. Coincidentemente (ou não), a noite será marcada por um eclipse, que cobrirá a lua por horas.

Ao chegar no local, as jovens são recepcionadas por um homem muito alto e magro, que apoia-se em uma bengala. Ele oferece U$400 para Samantha, afim dela passar quatro horas com a velha sogra moribunda. Megan deixa a amiga na casa e dirige-se a um cemitério local. Enquanto isso, a outra universitária tenta passar o tempo com o que pode. Joga sinuca, dança ouvindo walkman (sim, o filme se passa na década de 80), pede pizza de pepperoni, entre outras coisas. Contudo, Samantha não sente-se segura na velha casa. Há algo de muito estranho no local que a incomoda.

Dos 90 minutos da película, posso afirmar que apenas os 10 últimos são efetivamente considerados terror. O clima "paradão" de quase toda película contribui para o desfecho perturbador e satânico. Com uma pitada de gore, "A Casa do Diabo" oferece uma violência bem equilibrada e nada gratuita, além de pequenos toques de humor. Aliás, pode-se dizer que o diretor e roteirista criou um filme no ponto. Apesar de não ser uma obra-prima do gênero, o longa é uma boa homenagem à clássicos oitentistas, onde o clima era o que mais interessava na história. A simplicidade do roteiro também é uma marca desse filme, pois não temos reviravoltas nem nada de muito novo. Entretanto os clichês são quase nulos, tornando "A Casa do Diabo" em uma pepita de ouro meio à cine-séries de "Torture porn" ou remakes hollywoodianos de bons (nem sempre) filmes estrangeiros.

A trilha sonora ajuda no climão pesado do filme. Fazia muito tempo que não ouvia nada tão bom no cinema de terror. De fato é um dos melhores "score" da década passada. Impressionante, ainda mais tratando-se de uma produção independente e de baixíssimo orçamento. "A Casa do Diabo" é um bom filme que tem fortes pretensões a se tornar um cult, tal como "Cabana do Inferno" de Eli Roth. Por falar nesse filme de 2003, Ti West, diretor de "The House of the Devil", dirigiu a continuação da película de Roth. Apesar de eu ainda não ter visto, posso afirmar que a opinião do povo não é das melhores. O novato cineasta em menos de um ano, criou um cult e dirigiu um "pepino". Quem sabe ele nos surpreenda positivamente no próximo trabalho?!

sexta-feira, 19 de março de 2010

Alta Tensão (2003)

Na última década, o cinema de terror francês alavancou ótimas e violentas películas, com roteiros inteligentes e muito bem elaborados. "Martys" e "À I´intérieur" são dois grandes filmes que facilmente cairam no gosto dos fãs do gênero. Com roteiros cheio de reviravoltas e poucos clichês, o terror francês da última década deu seu primeiro impulso com o excelente slasher, "Haunte Tension". Até então desconhecido, o talentoso francês Alexandre Aja dirigiu e roteirizou esse filme, que se estivesse em mãos americanas, certamente penderia para clichês fáceis e jovens imbecis.
Em "Alta Tensão", Marie (Cécile De France) é uma garota que decide visitar a casa da família de sua amiga Alexia (Maiween Le Bresco), localizada em uma zona rural francesa. Ao chegar na residência, em meio a um milharal, as jovens são recebidas pelo pai de Alexia. Durante a noite, uma misteriosa perua enferrujada estaciona na frente da porta da casa, onde todos adormecem, menos Marie. Um misterioso e forte homem toca a campainha incenssantemente, acordando o patriarca da família. De prontidão o pai de Alexia atende a chamada noturna, mas quando abre a janela para atender o misterioso visitante noturno, é surpreendido com um forte golpe na cabeça. Caído no chão da sala e à mercê do psicopata recém chegado, o dono da casa se arrasta para tentar subir as escadas, mas é novamente golpeado pelo brutal homicida. A partir dessa cena, "Alta Tensão" enche o espectador de muitos sustos, e impressiona com os litros de sangue jorrados de forma gratuita e brutal. O assassino abusa de armas brancas, tal como machado, lâmina de barbear, e até uma serra elétrica, trazendo nostalgia aos fãs de Leatherface e sua família. No caso do irmão caçula de Alexia, o serial killer opta por usar uma espingarda para acabar com a vida do menino vestido de cowboy.

Marie consegue fugir do homicida, mas não consegue salvar Alexia, que fica acorrentada dentro da velha perua do assassino. A jovem então, decide ajudar a amiga e passa a perseguir o psicopata. Alexandre Aja que eventualmente mudaria de ares para Hollywood, e passaria a ser conhecido como um cineasta de remakes (Piranha 3-D vem ai), criou em "Alta Tensão", uma obra gore que iria inspirar uma geração inteira de cineastas franceses de terror.

Depois de um pouco mais de uma hora de muito sadismo, eis que surge uma assustadora e inexperada reviravolta. Contudo nada é perfeito. O desfecho da trama (não será contado pois odeio SPOILER) deixa muitas perguntas no ar. Aja errou em alguns pontos do roteiro, deixando uma série de furos bem evidentes e sem explicação.

De qualquer forma "Alta Tensão" é um dos melhores filmes de terror europeu do novo século. A maquiagem, tal como as mortes, são incrivelmente realistas e muito bem elaboradas. E quer saber o melhor? Sem nenhum tipo de CGI barato para artificializar a a tensa atmosfera da película. O até então pouco conhecido cineasta francês produziu uma obra de terror por excelência, levando ao espectador um slasher inteligente e muito sádico.

Nota:9,0

quarta-feira, 10 de março de 2010

[Rec] 2 (2009)

Ao terminar de assistir o primeiro "Rec", em Agosto de 2008, fiquei instigado com toda história por trás da infecção do filme. Como a doença se propagou? O que de fato aconteceu no apartamento do último andar? Quem era a menina Medeiros? Ao subir os créditos o sentimento de frustração tomou conta de mim. Mas tal sentimento se tranformou em admiração pelo filme espanhol. Me tornei fã da obra. Adicionei a comunidade do filme no Orkut. Nem ousei ver a versão americana em "Quarentena".

Quando soube de sua continuação fiquei meio preocupado, afinal todos sabemos como são as continuações. Mas botei fé no talento dos dois diretores e roteiristas espanhóis; Jaume Balagueró e Paco Plaza. No começo de Março soube que o filme estava disponível na web. Sem cessar baixei e pude conferir hoje.

Ao terminar de assistir o segundo "Rec", há pouco minutos atrás, fiquei decepcionado com a história que a dupla traçou para a trama original. Em uma mistura de "Extermínio" com "O Exorcista", "Rec 2" quis inovar mas pisou feio na bola. Uma porque quis explicar a origem da infecção e da menina Medeiros. E entraram em um consenso original. Só que não souberam aproveitar. Pecaram em criar personagens sem graça e sem carisma, diferentes da simpática jornalista Àngela Vidal. Além disso, Plaza e Balangueró tiveram a coragem de inserir três adolescentes com espírito aventureiro na película. Coincidentemente os jovens estavam com uma Mine-DV para registrar tudo.

E os soldados armados que invadem o prédio no começo do filme (a melhor parte de "Rec 2")? Sem muita explicação os militares entram no local em quarentena, munidos de metralhadoras e duas câmeras para registro. A filmagem é incessante até mesmo na hora em que os militares estão cercados pelos zumbis. O agente do ministério da saúde revela que de fato é um padre cientista, em busca de um antídoto misterioso dentro do prédio. Tudo parece artificial se comparado  à primeira película

Apesar de ter bons efeitos especiais, "[Rec] 2 peca fatalmente no enredo, que no original era seu ponto alto. Nessa continuação, a trama decepciona e tranforma-se em apenas uma película normal de terror. De fato não seria uma bomba se não existisse o primeiro. Mas como [Rec] de 2007 é uma obra-prima do gênero, e comparando os dois produtos, torna-se evidente que a segunda parte virou um desastre.


Plaza e Balangueró estragaram a maior de suas criações, em pró do dinheiro nas bilheterias. Cairam do cavalo duas vezes, pois a continuação não foi um sucesso em renda na Espanha, além de ter sido massacrado pela crítica e fãs do original. Vou me poupar de maiores detalhes para não prejudicar as eventuais surpresas por trás da origem do vírus, mas garanto que vocês vão preferir esquece-lo o quanto antes.
 

Blogger news

Blogroll

About