Nos últimos vinte anos, John Carpenter pisou na bola feio, se comparado com suas produções mais antigas. Chevy Chase em "O Homem Invisível" foi lamentável. Christopher Reeve em "Cidade Amaldiçoada" foi de muito mal gosto. E o que fizeram com o famoso Snake Plissken em "Fuga para Los Angeles"? Além das pérolas citadas, Carpenter decepcionou sua legião de fãs com "Vampiros" e o pior de sua carreira, "Fantasmas de Marte".
Muitos erros depois e Carpenter continua firme e forte no conceitos dos fãs do cinema de horror. E só lembrar dos clássicos do cineasta na década de 80. Depois de "Halloween" de 1978, Carpenter continuou a acertar mão em filmes como "Bruma Assassina", "Fuga de Nova York", "Chritine-O Carro Assassino", "Starman" e o excepcional "Enigma de Outro Mundo". Em 1986 ele perdeu um pouco a mão com "Os Aventureiros do Bairro Perdido", protagonizado por Kurt Russell, seu ator fetiche e grande amigo.
Em meio a esse turbilhão de películas prestigiadas da década de 80, "Príncipe da Sombras" talvez seja sua película de terror menos conhecido e cultuada. Seu enredo confuso sobre uma sociedade do sono, que recebe uma mensagem do futuro através dos sonhos, não foi digerido muito bem pelo público. Uma pena porque o filme é muito interessante.
A pedido de um padre (Donald Pleasence), o famoso professor Birack (Victor Wong) convoca brilhantes cientistas para analisarem um misterioso líquido verde em uma igreja abandona de Los Angeles. Nesse local, as mentes brilhantes descobrem que o pegajoso objeto preso a ser estudado é nada mais, nada menos que o maior temor da humanidade. O próprio capeta em formato de matéria líquida. E que aquele objeto é a chave para a origem do cristianismo, dado os manuscritos presentes no local. A situação dos cientistas pioram quando a igreja abandonada é cercada por mendingos possuídos (o roqueiro Alice Cooper lidera o bando).
John Carpenter trilha o filme para um curioso caminho; a ciência em pró da religião e vice-versa. Coisa rara, tratando-se de uma película de terror, com pitada de ficção científica. "Príncipe das Sombras" talvez não tenha agradado tanto o público devido a empolgação científica no roteiro de Carpenter. Somos bombardeados com diálogos sobre física quântica, que nem Stephen Hawking compreenderia bem. Contudo, o filme é um marco sim na rica filmografia "Carpenteriana", pois mescla conteúdo com belas doses de efeitos especiais. Apesar da interessante trama, as atuações não são o ponto forte da película. Nem o veterano Donald Pleasence, que interpreta o padre que herdou o poder da "Sociedade do Sono", se salva nesse quésito. O baixinho Victor Wong, talvez seja o "dono" do personagem mais carismático de "Príncipe das Sombras".
Marilyn Manson, fã confesso dessa película, colocou trecho do diálogo do sono, no começo de sua música, "Down in the Park". "Príncipe das Sombras" é mais um exemplar desse cineasta que em breve nos enchera os olhos novamente (espero) com três películas em produção. "The Ward", "L.A Gothic" e "The Prince" são três filmes que tem previsão para estreiar ainda esse ano nos EUA. Vamos aguardar.
NOTA DE TERROR-8
DIVERSÃO-8,5
VIOLÊNCIA-7
CRIATURA-POSSUÍDOS E DEMÔNIO
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
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