"Chamas da Morte" provavelmente seja o melhor filme de terror que vi nos últimos meses. Apesar de não ser fã do sub-gênero slasher, tenho que concordar que esse filme chama muito atenção. Mesmo sendo uma cópia descarada de "Sexta-Feira 13", "Chamas da Morte" é original e mais violento que os filmes de Jason.
Escrito por Harvey Weinstein (sim, criador da recém falida Miramax) ao lado do diretor Tony Maylam, "Chamas da Morte" se passa em um típico acampamento de verão. Infestado por jovens com hormônios à flor da pele. Cinco anos antes dos fatidicos acontecimentos, um cruel monitor fora vítima de uma brincadeira mal sucedida que acabou queimando todo seu corpo. De aparência deformada, Cropsy (faz Jason parecer uma bailarina) promete vingança a qualquer pessoa que apareça na sua frente. Com uma tesoura de podar, o serial-killer faz um estrago danado. Até ai, todos os clichês do slasher reunidos e idênticos aos de "Sexta-Feira 13". Contudo esqueça virgens sendo perseguidas na mata por uma câmera em primeira pessoa. Nessa película o fã de slasher pode desfrutar de uma intensa matança de pouco menos de 30 segundos, onde o assassino mata suas vítimas em cima de uma jangada.
Jack Sholder (futuro diretor de "A Hora do Pesadelo 2"), montador do filme e o lendário Tom Savini, maquiador da película conseguiram criar uma das cenas mais nostálgicas da década de 80. Em vários takes pescoços são perfurados, cabeças decepadas e dedos são arrancados. Tudo em cima de uma jangada e com uma tesoura de podar. E melhor, a luz do dia, coisa rara em "slash movies".
Por falar em Savini, o famoso maquiador recusou trabalhar em "Sexta-Feira-Parte 2", para criar as mortes de "Chamas da Morte". A maquiagem feita por ele nesse filme, provavelmente é uma das melhores em sua bem sucedida carreira (Dia dos Mortos para mim é melhor).
Já a trilha sonora de Rick Wakeman (ex-tecladista do YES), deixa um pouco a desejar. Como fã da famosa banda britânica e apreciador dos solos de teclado de Wakeman, esperava um pouco mais de criatividade nas cenas de tensão. Mas isso não importa.
A Miramax em inicio de carreira produziu esse grande clássico oitentista, e se não superou "Sexta-Feira 13" na bilheterias, ao menos o fez pela qualidade.
Outros detalhes interessantes a parte fica por conta do debute de duas grandes estrelas. Jason Alexander (o gordinho de "Seinfeld") e a oscarizada Holly Hunter participam como coadjuvantes de "Chamas da Morte".
NOTA DE TERROR-9
DIVERSÃO-9
VIOLÊNCIA-8,5
CRIATURA-SERIAL KILLER
domingo, 31 de janeiro de 2010
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
O Gato Preto (1968)
Quarenta anos antes de Hideo Nakata, Takashi Shimizu, Takashi Miike e tantos outros cineastas japoneses de terror, o Japão já produzia filmes assustadores sobre o sobrenatural. É o caso de "Kwaidan" e "Onibaba", dois exemplares de obras fantásticas da "terra do sol nascente". E a propósito, ambas da década de 60. Diferente dos filmes de monstros tal como Godzilla e afins, essas películas tinham um caráter menos mercadológico e mais artístico. Claro, sem deixar o clima de terror como segundo plano. Kaneto Shindô dirigiu o já citado "Onibaba", que é considerado por muitos como a maior obra fantástica do Japão. Apesar de seu dinamismo quanto a gêneros, Shindô ficou mais conhecido pelo horror. "O Gato Preto" (Yabu no naka no kuroneko) é seu segundo filme mais relevante. Como "Onibaba", o cineasta japonês dirige uma trama surrealista e assutadora, usando poesia e muitos ângulos de câmera diferenciados.
Duas mulheres são brutalmente assassinadas após serem vítimas de um bando de samurais esfomeados e sedentos por sexo. Do além elas juram vingança e prometem aos demônios matarem todos os samurais que conseguirem. A cena da primeira vítima é densa e muito bem elaborada. Uma das criaturas fantasmagóricas é uma jovem moça que teve seu marido capturado por guerreiros samurais. Ela vive com a sogra, e consequentemente são mortas juntas. Sedentas por vingança, elas não perdoam nenhum homem. A jovem seduz a vítima e depois mata-o com uma mordida na jugular. Após a morte, o espírito chupa seu sangue, como oferenda aos demônios vingativos.
Segue-se o ritual macabro até o dia em que o filho e o marido das duas almas penadas chega ao local como um samurai. Nessa parte da trama, Shindô abusa de poesia ao mostrar a peculiar relação das mortas com o homem que elas amam. "O Gato Preto" ganha traços de crítica ao machismo nipônico, desde os longínquos tempos dos samurais. O horror e sofrimento que o sexo feminino passou durante as guerras à espera de seus homens, é retratado de forma genial pelo diretor, que também escreveu o filme.
Além das impecáveis atuações dos protagonistas, o "O Gato Preto" conta com uma ótima fotografia, além é claro de uma medonha (no bom sentido) trilha sonora. Os instrumentos musicais usados, claramente são os mesmos da música popular japonesa, incluindo bambus.
Apesar de ser terror e do clima fantasmagórico já citado, esqueça cenas de extrema violência. Contente-se com um belíssimo filme de arte fantástico que só o cinema do Japão pode conceber.
NOTA DE TERROR-6
DIVERSÃO-7
VIOLÊNCIA-3
CRIATURA-ESPÍRITOS
Duas mulheres são brutalmente assassinadas após serem vítimas de um bando de samurais esfomeados e sedentos por sexo. Do além elas juram vingança e prometem aos demônios matarem todos os samurais que conseguirem. A cena da primeira vítima é densa e muito bem elaborada. Uma das criaturas fantasmagóricas é uma jovem moça que teve seu marido capturado por guerreiros samurais. Ela vive com a sogra, e consequentemente são mortas juntas. Sedentas por vingança, elas não perdoam nenhum homem. A jovem seduz a vítima e depois mata-o com uma mordida na jugular. Após a morte, o espírito chupa seu sangue, como oferenda aos demônios vingativos.
Segue-se o ritual macabro até o dia em que o filho e o marido das duas almas penadas chega ao local como um samurai. Nessa parte da trama, Shindô abusa de poesia ao mostrar a peculiar relação das mortas com o homem que elas amam. "O Gato Preto" ganha traços de crítica ao machismo nipônico, desde os longínquos tempos dos samurais. O horror e sofrimento que o sexo feminino passou durante as guerras à espera de seus homens, é retratado de forma genial pelo diretor, que também escreveu o filme.
Além das impecáveis atuações dos protagonistas, o "O Gato Preto" conta com uma ótima fotografia, além é claro de uma medonha (no bom sentido) trilha sonora. Os instrumentos musicais usados, claramente são os mesmos da música popular japonesa, incluindo bambus.
Apesar de ser terror e do clima fantasmagórico já citado, esqueça cenas de extrema violência. Contente-se com um belíssimo filme de arte fantástico que só o cinema do Japão pode conceber.
NOTA DE TERROR-6
DIVERSÃO-7
VIOLÊNCIA-3
CRIATURA-ESPÍRITOS
sábado, 23 de janeiro de 2010
Pumpkinhead (1988)
Dois anos após ganhar seu primeiro de quatro Oscars em categorias técnicas (Aliens,1986), Stan Winston decidiu usar seu prestigiado estúdio para dirigir um filme de terror. Ele queria provar que levava jeito para conduzir uma película, tanto quanto manipular e configurar alguma criatura. Com "Pumpkinhead", Winston ficou aquém do esperado, porém criou um pequena obra-prima dentro do horror. Baseado em um poema homônimo, "Pumpkinhead" conta a história de um pai vingativo, que após ver seu filho morrer em seu braços, promete envocar o temido demônio da vingança. Com ajuda de uma bruxa, Ed Harley (Lance Henriksen) desenterra o corpo de uma criatura, afim de vingar os assassinos de seu único filho. Contudo, Harley descobre que fora amaldiçoado pela terrível escolha e decide se livrar sozinho do temível demônio.
Com "Pumpkinhead", Winston não apenas criou uma criatura bem elaborada, como deu um clima pesado para trama. A cena em que Ed harley vai tentar se redimir com a bruxa é muito densa e consegue incomodar. Contudo, para os amantes de gore, a película deixa muito a desejar. Pouco sangue, vísceras nulas e violência bem comedida. Afinal o filme tem censura 16 anos. Algo realmente frustrante. Outro aspecto negativo é a boçal interpretação dos coadjuvantes. Chega dar até sono vê-los dialogando e em nenhum momento torcemos por eles. Com exceção é claro de Lance Henriksen, que apesar de canastrão, conseguiu segurar legal as pontas do filme como o vingativo pai do garotinho atropelado por um motocross.
Stan Winston pouco se aventurou na direção depois desse filme, mesmo não fazendo feio com seu debute. Anos mais tarde dirigiu "Ghosts", curta-metragem de 1997 de Michael Jackson.
NOTA DE TERROR-7,5
DIVERSÃO-8
VIOLÊNCIA-4
CRIATURA-DEMÔNIO
Com "Pumpkinhead", Winston não apenas criou uma criatura bem elaborada, como deu um clima pesado para trama. A cena em que Ed harley vai tentar se redimir com a bruxa é muito densa e consegue incomodar. Contudo, para os amantes de gore, a película deixa muito a desejar. Pouco sangue, vísceras nulas e violência bem comedida. Afinal o filme tem censura 16 anos. Algo realmente frustrante. Outro aspecto negativo é a boçal interpretação dos coadjuvantes. Chega dar até sono vê-los dialogando e em nenhum momento torcemos por eles. Com exceção é claro de Lance Henriksen, que apesar de canastrão, conseguiu segurar legal as pontas do filme como o vingativo pai do garotinho atropelado por um motocross.
Stan Winston pouco se aventurou na direção depois desse filme, mesmo não fazendo feio com seu debute. Anos mais tarde dirigiu "Ghosts", curta-metragem de 1997 de Michael Jackson.
NOTA DE TERROR-7,5
DIVERSÃO-8
VIOLÊNCIA-4
CRIATURA-DEMÔNIO
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
A Pequena Loja dos Horrores (1960)
No começo da década de 60, Roger Corman já havia produzido mais de 40 películas de baixo orçamento. Sua carreira contabiliza 388 filmes, segundo o site IMDB. Como cineasta, Corman dirigiu clássicos da literatura fantástica como "Pit and the Pendulum" e "The Raven", ambos do famoso escritor Edgar Allan Poe. No começo dos anos 60, Corman descobriria o talento de um jovem ator franzino e muito despojado. O desconhecido Jack Nicholson teve sua grande aparição em uma película do recém premiado com um Oscar especial, Roger Corman, na comédia de terror, "A Pequena Loja dos Horrores". Apesar de ser um mero coadjuvante, o personagem Wilbur Force, interpretado por Nicholson é um dos mais carismáticos do filme. Sua performance como um masoquista em um consultório odontológico, não passoud e três minutos, mas foi o suficiente para revelar o jovem talento. No remake de 1986, dirigido por Frank Oz, o obcecado por dor Wilbur Force foi interpretado por nada mais, nada menos que Bill Murray.De qualquer forma, "A Pequena Loja dos Horrores" não é interessante apenas pela icônica aparição de Nicholson, mas sim como um todo. O filme apesar de ter sido extremamente barato diverte com seus personagens histéricos e diálogos engraçados e non-senses (a dupla de investigadores é hilária).
Depois de ganhar uma semente especial de um botânico japonês, o atrapalhado Seymour Krelboin (Jonathan Haze) cuida da rara planta e leva para floricultura onde trabalha, afim de impressionar seu chefe Gravis Mushnik (Mel Welles). A ponto de despedir o destrambelhado assistente, Mushnik é incentivado por Audrey (Jackie Joseph) a dar mais uma chance a Krelboin. O pobre rapaz que ainda é criado pela hipocondriaca mãe, leva a planta para floricultura e logo impressiona os frequentadores do local devido a aparência exótica. Apesar de ter conquistado enfim o coração de sua amada Audrey e de seu patrão, Krelboin se envolve em problemas quando descobre qu o vegetal gosta de se alimentar de carne humana. E a cada refeição, a monstruosa planta torna-se maior e mais faminta.
A pobre criatura é engraçada devido a sua precária aparência. Parece que o vegetal foi feito de papelão por algum funcionário do estúdio. O visual pobre da planta só torna a experiência de assistir "A Pequena Loja dos Horrores", em um programa divertido e trash. O desfecho também é muito interessante, quando as vítimas da criatura, literalmente desabrocham e tranforma-se em plantas.
Segundo Corman, a famosa película foi filmada em apenas dois dias. Nada mais comum, tratando-se de uma produção B como essa. Como descrito acima, o filme ganhou uma cultuada versão musical em 1986, protagonizada pelo "nerd-mor" do cinema, Rick Moranis.
Se voce como eu aprecia um bom trash, não deixe de ver "A Pequena Loja dos Horrores" de 1960.
NOTA DE TERROR-7
DIVERSÃO-8
VIOLÊNCIA-5
CRIATURA-PLANTA CARNÍVORA
Depois de ganhar uma semente especial de um botânico japonês, o atrapalhado Seymour Krelboin (Jonathan Haze) cuida da rara planta e leva para floricultura onde trabalha, afim de impressionar seu chefe Gravis Mushnik (Mel Welles). A ponto de despedir o destrambelhado assistente, Mushnik é incentivado por Audrey (Jackie Joseph) a dar mais uma chance a Krelboin. O pobre rapaz que ainda é criado pela hipocondriaca mãe, leva a planta para floricultura e logo impressiona os frequentadores do local devido a aparência exótica. Apesar de ter conquistado enfim o coração de sua amada Audrey e de seu patrão, Krelboin se envolve em problemas quando descobre qu o vegetal gosta de se alimentar de carne humana. E a cada refeição, a monstruosa planta torna-se maior e mais faminta.
A pobre criatura é engraçada devido a sua precária aparência. Parece que o vegetal foi feito de papelão por algum funcionário do estúdio. O visual pobre da planta só torna a experiência de assistir "A Pequena Loja dos Horrores", em um programa divertido e trash. O desfecho também é muito interessante, quando as vítimas da criatura, literalmente desabrocham e tranforma-se em plantas.
Segundo Corman, a famosa película foi filmada em apenas dois dias. Nada mais comum, tratando-se de uma produção B como essa. Como descrito acima, o filme ganhou uma cultuada versão musical em 1986, protagonizada pelo "nerd-mor" do cinema, Rick Moranis.
Se voce como eu aprecia um bom trash, não deixe de ver "A Pequena Loja dos Horrores" de 1960.
NOTA DE TERROR-7
DIVERSÃO-8
VIOLÊNCIA-5
CRIATURA-PLANTA CARNÍVORA
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
Tenebre (1982)
Dario Argento contribuiu muito para o cinema fantástico ao longo de sua filmografia. A década de 70 foi seu grande apogeu, onde dirigiu clássicos do terror italiano. "O Pássaro de Sete Plumas" e "Profondo rosso" fazem parte de sua grande fase giallo. Já "Suspiria" e "Inferno" são filmes mais sobrenaturais, mas não menos estilosos.
Tendo como inspiração o mestre Mario Bava, Argento ao lado de George Romero é um dos cineastas de terror mais homenageados e plagiados do gênero. "Suspiria", por exemplo é um belo quadro artístico, que ditou um estilo muito usado depois em outras produções italiana. Mas além de uma grande obra visual e plástica, o filme de 1977 é uma assustadora trama sobre bruxaria.
Porém, depois de seu auge Argento oscilou com pequena obras, que de longe lembravam sua fase mais criativa e inspiradora. Um desses filme é "Tenebre" de 1982. A plasticidade de sua filmografia, uma de suas grandes marcas está empregada nesse filme. O gore, pouco usado em outros "carnavais" por Argento, dessa vez é usado em grande teor. Aqui você encontra machados fincados na cabeça, tal como braços decepados, seguidos por enxurrada de sangue.
Apesar da qualidades citadas, Argento parece que perdeu um pouco a mão e deixou o clima do filme um pouco cansativo. O fato é que "Tenebre" é um exemplar fraco em sua rica filmografia. Peter Neal (Anthony Franciosa) é um famoso escritor americano de romances policiais que vai a Itália à negócios. No país da bota, Neal depara-se com uma misteriosa série de mortes, baseadas em seu último livro, chamado "Tenebre". Em sua cola, o Detetive Germani (Giuliano Gemma) investiga o caso que a cada crime parece mais sem solução. É evidente a metalinguagem que Argento usa entre o filme e o tal livro escrito pelo protagonista. Até poque no fim da década de 70, Argento foi ameaçado de morte por um fã.
Como no manual do bom giallo, Argento confunde o espectador com suas reviravoltas quanto a verdadeira identidade do assassino. Seria sua dedicada assistente na qual nutre um pequeno sentimento? Seria seu agente canastrão (interpretado pelo excelente John Saxon)? Seria o crítico e apresentador de televisão que admira seu trabalho? Ou seria sua ex-esposa, obcecada e possessiva que vive perseguindo-o? De qualquer forma nem a trilha inspirada dos Goblin, com suas músicas amplificadas, apagam as péssimas atuações do longa e os furos de roteiro.
Além de ser muito confuso, "Tenebre" conta com um elenco de atrizes, que apesar da beleza, deixam muito a desejar. A cena na qual o assassino mata as lésbicas no começo do filme é uma das grandes da carreira de Argento, pois ele consegue usar de técnicas requintadas de angulação de câmeras. Contudo o desempenho das beldades é fraco e não convence.
O final do filme, no ponto de vista visual é inesquecível e violento. Ma o desfecho da trama e a revelação do mistério é forçado e nenhum pouco surpreendente. "Tenebre" é uma de suas grandes obras visuais, mas não oferece um bom conteúdo para os grandes fãs de giallo. É tanta reviravolta e tantos mistérios insolúveis durante a película, que o espectador fica tonto. Apesar dos contras, nunca subestime uma obra de mestre, mesmo ela sendo um fraco exemplar de um talento único.
NOTA DE TERROR-6
DIVERSÃO:7
VIOLÊNCIA-8,5
CRIATURA-PSICOPATA
'
Tendo como inspiração o mestre Mario Bava, Argento ao lado de George Romero é um dos cineastas de terror mais homenageados e plagiados do gênero. "Suspiria", por exemplo é um belo quadro artístico, que ditou um estilo muito usado depois em outras produções italiana. Mas além de uma grande obra visual e plástica, o filme de 1977 é uma assustadora trama sobre bruxaria.
Porém, depois de seu auge Argento oscilou com pequena obras, que de longe lembravam sua fase mais criativa e inspiradora. Um desses filme é "Tenebre" de 1982. A plasticidade de sua filmografia, uma de suas grandes marcas está empregada nesse filme. O gore, pouco usado em outros "carnavais" por Argento, dessa vez é usado em grande teor. Aqui você encontra machados fincados na cabeça, tal como braços decepados, seguidos por enxurrada de sangue.
Apesar da qualidades citadas, Argento parece que perdeu um pouco a mão e deixou o clima do filme um pouco cansativo. O fato é que "Tenebre" é um exemplar fraco em sua rica filmografia. Peter Neal (Anthony Franciosa) é um famoso escritor americano de romances policiais que vai a Itália à negócios. No país da bota, Neal depara-se com uma misteriosa série de mortes, baseadas em seu último livro, chamado "Tenebre". Em sua cola, o Detetive Germani (Giuliano Gemma) investiga o caso que a cada crime parece mais sem solução. É evidente a metalinguagem que Argento usa entre o filme e o tal livro escrito pelo protagonista. Até poque no fim da década de 70, Argento foi ameaçado de morte por um fã.
Como no manual do bom giallo, Argento confunde o espectador com suas reviravoltas quanto a verdadeira identidade do assassino. Seria sua dedicada assistente na qual nutre um pequeno sentimento? Seria seu agente canastrão (interpretado pelo excelente John Saxon)? Seria o crítico e apresentador de televisão que admira seu trabalho? Ou seria sua ex-esposa, obcecada e possessiva que vive perseguindo-o? De qualquer forma nem a trilha inspirada dos Goblin, com suas músicas amplificadas, apagam as péssimas atuações do longa e os furos de roteiro.
Além de ser muito confuso, "Tenebre" conta com um elenco de atrizes, que apesar da beleza, deixam muito a desejar. A cena na qual o assassino mata as lésbicas no começo do filme é uma das grandes da carreira de Argento, pois ele consegue usar de técnicas requintadas de angulação de câmeras. Contudo o desempenho das beldades é fraco e não convence.
O final do filme, no ponto de vista visual é inesquecível e violento. Ma o desfecho da trama e a revelação do mistério é forçado e nenhum pouco surpreendente. "Tenebre" é uma de suas grandes obras visuais, mas não oferece um bom conteúdo para os grandes fãs de giallo. É tanta reviravolta e tantos mistérios insolúveis durante a película, que o espectador fica tonto. Apesar dos contras, nunca subestime uma obra de mestre, mesmo ela sendo um fraco exemplar de um talento único.
NOTA DE TERROR-6
DIVERSÃO:7
VIOLÊNCIA-8,5
CRIATURA-PSICOPATA
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