Muitos foram os cineastas que se aventuraram no terror, e conseguiram alcançar o raro status de "diretor autoral". Nomes como de George Romero, John Carpenter, Dario Argento e Wes Craven encabeçam o logo de seus respectivos filmes, trazendo consigo uma legião de fãs. A década de 80, uma das mais "frutíferas" do horror, alavancou novos talentos, que ao longo dos anos tornaram-se tão conhecidos quanto os já citados Carpenter, Craven, Argento e Romero. Sam Raimi, Peter Jackson, por exemplo, começaram suas bem sucedidas carreiras em películas de horror.
Em contrapartida outros cineastas não tiveram a mesma sorte, apesar de terem começado com o pé direito. É o caso de Dan O´Bannon (O Retorno dos Mortos-Vivos), Tom Holland (A Hora do Espanto), Chuck Russell (A Bolha), Stuart Gordon (Re-Animator), John McNaughton (Henry), Fred Dekker (Noite do Arrepio), Shinya Tsukamoto (Tetsuo) e Michele Soavi (A Catedral) . Apesar de não serem tão reconhecidos como os famigerados diretores citados logo no início do texto, o cultuado grupo de desconhecidos despontaram com grandes obras durante a década de 80.
E ainda existe uma terceira camada de cineastas, que dividem opiniões dos fãs do terror. Dentre eles Frank Henenlotter (Basket Case), Lamberto Bava (Demons) e o húngaro Tibor Takács. Toda essa dissertação foi para chegar ao nome desse último cineasta, que teve um promissor início de carreira. Nascido em Budapeste, Takács iniciou sua carreira no Canadá. Por sinal, sua obra mais conhecida veio de lá. "O Portão" de 1987, divide opiniões. Há aqueles que o acham enfadonho, pouco violento e cheio de buracos no roteiro. E existem outros (como eu), que o considera como uma pequena pérola do gênero. Os efeitos em Stop Motion, criados pelo até então pouco conhecido Randall William Cook, tem meu respeito.
Dois anos depois, a dupla retomou a parceria em "Prefácio da Morte". A maquiagem e os efeitos ficaram novamente por conta de Cook, que além de desempenhar com alta eficácia seu papel por trás das câmeras, também atuou como o vilão do filme (o bonitão da foto acima). O criador de efeitos visuais interpreta o maníaco desfigurado Dr.Kessler, um médico homicida que arranca membros do rosto de suas vítimas, afim de implanta-los em sua própria face. Virginia (Jenny Wright) é uma aficionada leitora de contos de horror, que descobre a desconhecida bibliografia de um escritor chamado Malcolm Brand. Os livros do autor contam histórias passadas na década de 50, e que envolvem loucura, paixão e ciência. "I, Madman" historia que instiga Virginia, justamente é aquela que descreve os atos psicóticos do Dr.Kessler ao tentar conquistar o coração de Anna, sua paixão platônica.O sinistro entretenimento de Virginia ao ler "I, Madman" desencadeia uma série de fatos que coincidem com os descritos no livro. A moça então passa a ser perseguida pelo médico, que foge do romance para o mundo real.
A premissa de "Prefácio da Morte" é boa, e até convence. Contudo a película cai em clichês facéis e até irritantes como; o descaso que a protagonista sofre dos céticos personagens da trama, ao revelar que está em apuros; a mocinha que tropeça enquanto foge do vilão que a persegue sorrateiramente; e por fim, contar vantagem emcima do corpo do monstro que "teoricamente" acabou de morrer, mas que ressucita em questão de segundos. Erros e furos no roteiro que não tiram a diversão desse simpático filme-B, que foi distribuido em DVD nos EUA pela MGM. Após "Prefácio da Morte", Takács, que outrora recusou dirigir o quarto filme da série "A Hora do Pesadelo" (por sinal, o mais lucrativo da série) caiu no ostracismo cinematográfico ao se dedicar em películas de ação "enlatadas", que quase sempre tinham Mark Dacascos como protagonista. Uma pena pois seus primeiros filmes eram bem elaborados e redondos, apesar de apresentar relevantes erros estruturais no roteiro.
Em contrapartida, seu ativo colaborador de efeitos visuais Randall William Cook tomava o rumo contrário. O ápice do talentoso técnico de efeitos especiais culminou em três Oscars que recebeu pela trilogia "O Senhor dos Anéis". A felicidade por receber três estatuetas douradas em anos consecutivos, o fez se aposentar. Já Tibor Takáks, continua na ativa. Em 2011, o diretor de "O Portão", "Prefácio da Morte" e "Sabrina, Aprendiz de Feiticeira" (ele também dirigiu essa "draga"), vai lançar seu primeiro filme tridimensional no "aguardado", "Spiders 3-D". Cada um tem o que merece.
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
O que vem por ai-parte 1
2010 não foi muito forte para o gênero de terror. O último ano foi marcado por continuações e remakes desnecessários e picaretas. "Resident Evil 4:Recomeço" teve sua exibição em 3-D elogiada, mas pecou mais uma vez em sair do universo do game que originou a cine-série. A tecnologia tridimensional não esteve a tona apenas na franquia dos zumbis de Racoon City. No remake de "Piranhas", e na sétima parte de "Jogos Mortais", os óculos em 3-D figuraram nas salas de cinema. Contudo não empolgaram nem os entusiastas da tecnologia, e muito menos os apreciadores do gênero.
Além do já citado "Piranhas" de Alexandre Aja, Hollywood mais uma vez se rendeu aos remakes. "A Epidemia", por exemplo, é superior ao original de 1973 dirigido pelo mestre George A.Romero. Mas já não se pode falar o mesmo de "O Lobisomem" , "Doce Vingança" e "Deixe Me Entrar", que apesar de não serem filmes horrorosos, passam longe da qualidade de seus originais. A infeliz refilmagem do clássico "A Hora do Pesadelo" passou dos limites. Desde "Halloween" de Rob Zombie, um filme do gênero nunca foi tão criticado por seus fãs.
Apesar do tema batido, em relação às sequências e remakes, 2010 também produziu filmes originais. "Demônio", por exemplo, foi co-escrito por M.Night Shyamalan e até que se saiu bem nas bilheterias. O novo slasher de Wes Craven chamado "A Sétima Alma" não teve a mesma sorte. O filme que era para ser um aperitivo para o próximo filme da franquia "Pânico", só deixou os fãs da série com o pé atrás. Falando em originalidade "Rubber" preenche todos os requisitos. O road-movie francês conta a história de um pneu (sim você leu bem) sonhador e homicida, que vaga por uma estrada americana. "Troll Hunters" brinca com gênero dos falsos documentários em uma comédia de terror norueguesa, consolidando os escandinavos como um dos produtores mais criativos do gênero fantástico dos últimos anos.
As polêmicas do último ano ficaram por conta do violento "Filme Sérvio" que mistura pornografia com altas doses de sadismo e gore. Lamentável que o último ano não tenha tido grandes obras. Em breve as apostas de 2011 que terá o retorno de John Carpenter, além de uma série de filmes independentes e 100% originais.
Resident Evil 4-Recomeço
O ano passado foi tão complicado para o terror, que a produção com maior hype foi uma série de televisão. Exibida no Brasil pela Fox, "The Walking Dead" foi elogiado pela crítica, despontando como uma das séries favoritas para receber o Globo de Ouro. Baseada nos quadrinhos de Robert Kirkman, "The Walking Dead" tem em sua produção um nome pesado como o de Frank Darabont. O cineasta e roteirista de filmes como "Sonho de Liberdade" e "O Nevoeiro" dirigiu o piloto da série, batendo todos os recordes de audiência. Tudo isso graças a ação de marketing bem sucedida, que trouxe fãs de séries em geral ao universo apocalíptico dos mortos-vivos. The Walking Dead
Além do já citado "Piranhas" de Alexandre Aja, Hollywood mais uma vez se rendeu aos remakes. "A Epidemia", por exemplo, é superior ao original de 1973 dirigido pelo mestre George A.Romero. Mas já não se pode falar o mesmo de "O Lobisomem" , "Doce Vingança" e "Deixe Me Entrar", que apesar de não serem filmes horrorosos, passam longe da qualidade de seus originais. A infeliz refilmagem do clássico "A Hora do Pesadelo" passou dos limites. Desde "Halloween" de Rob Zombie, um filme do gênero nunca foi tão criticado por seus fãs.
A Epidemia
Rubber
Troll Hunters
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