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domingo, 25 de abril de 2010

The Deadly Spawn (1983)

Existem filmes de terror muito bons, que mesmo fãs mais assíduos do gênero desconhecem. É o caso de "The Deadly Spawn" de 1983, que foi lançado no Brasil com o infâme nome "O Retorno de Aliens-A Geração Mortal", fazendo clara alusão ao filme "Alien" de 1978.

Apesar da picareta tradução do título nacional, o selo "Elite" lançou com poucas cópias esse filmão de ficção científica e terror, aqui no Brasil. "The Deadly Spawn" não fez muitos fãs por um bom tempo, até que a revista "Fangoria", especializada no gênero, ajudou a popularizar essa riquíssima produção B. Diz a lenda que o filme custou um pouco mais de U$20 mil. De fato tal orçamento me parece muito baixo, devido a qualidade dos efeitos especiais e da excelente concepção do alienígena. De outro lado, esse valor poder ser correto devido às precárias localizações da película, já que 90% do filme se passa dentro de uma única casa.

O enredo da trama é bem simples e manjado. Um meteorito cai em uma região interiorana dos EUA, com pequenas criaturas que só atacam através de sons. Elas invadem uma residência e se alojam no porão. A casa é ocupada por uma família que gradativamente se torna comida do extraterrestre. O diretor Douglas McKeown não poupa o espectador do gore e capricha nos cadáveres sendo comidos pelo monstrengo. Uma das cenas mais legais do filme, é quando o garoto Charles descobre a criatura alienígina no porão e presencia o monstro comendo a cabeça deforme de sua  mãe. Pena que o gurí seja tal ruim como ator, que parece indiferente quanto a terrível situação. Contudo a maquiagem e os efeitos dessa cena são incríveis para uma produção de orçamento paupérrimo.

Não esperem atuações sensacionais ou um enredo genial, mas sim um divertido filme de ficção científica e terror. Com o advento de sites de "torrent" e o lançamento do DVD nos EUA, "The Deadly Spawn" é um filme a ser descoberto por fãs do gênero.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Calafrios (1975)

Fascinado pelas produções baratas da produtora de Roger Corman, "American International Pictures" (AIP), o jovem David Cronenberg escreveu um roteiro de terror, misturado com ficção e erotismo. Evidentemente que "Calafrios" é uma tentativa muito bem sucedida de imitar os filmes da produtora estadunidense. O filme é seu primeiro trabalho como diretor de longas metragem. Como um mero estreiante, o cineasta canadense pecou em alguns detalhes básicos. Por exemplo, as precárias atuações, que segundo ele, era composta por amadores que foram selecionados diretamente da rua. Com exceção de Barbara Steele, "Calafrios" é um festival de rostos deconhecidos e pouco talentosos. Susan Petrie, uma das atrizes do filme, pediu para David Cronenberg lhe esbofetar, afim de faze-la chorar em suas cenas. A atriz que é danada de ruim, só conseguia passar sentimento de tristeza se levasse uma bela de uma surra antes dos takes.  Já o protagonista Dr.St.Luc é interpretado por um canastrão de marca maior chamado Paul Hampton. O homem é comparável à Steven Seagal, em relação a sua pouca expressão. Sua faceta é a mesma; desde quando uma sensual enfermeira se despe em sua frente até quando é perseguido por dezenas de zumbis tarados, tomados por um parasita hospedeiro.

"Calafrios" tem todas as marcas que Cronenberg levaria em seus filmes mais marcantes. Gore, sexo e muita ciência macabra. A película conta a história de um médico que acredita que os seres humanos perderam a excência e o instinto sexual selvagem que tinham nos primórdios. Afim de trazer a antiga luxúria a tona novamente, o médico insere vermes que insitam o sexo dentro de uma paciente. Decepcionado pelos resultados de sua experiência, o velho tenta retirar o verme da cobaia, mas acaba por mata-la e depois se suicida. Contudo, a morte dos dois não é suficiente para a extinção do verme. Consequentemente o parasita se espalha por todo um luxuoso condomínio canadense. A primeira vítima é um homem que mora no local e aparentemente teve relações sexuais com a cobaia do médico louco. Após passar mal e vomitar sangue, sua esposa se preocupa com seu estado de saúde e consulta o Dr.St.Luc, médico responsável pela enfermaria local.

Algumas cenas são memoráveis, como por exemplo aquela em que o pesquisador e amigo do protagonista, visita o condóminio e é subitamente atacado por vermes. Seu rosto então é tomado pelos parasitas que queimam sua face, afim de poder entrar em seu organismo. Desesperado o homem tenta tirar os vermes com um alicate, mas é surpeendido por um dos infectados que além de lhe golpear, enfia um repulsivo bicho goela abaixo.

Apesar de muitas furos no roteiro e atuações sofríveis, Cronenberg inovou ao introduzir ficção científica nessa película de terror B. O filme foi aclamado e foi um sucesso de boca à boca no Canadá e depois nos EUA, chamando atenção dos produtores da Terra do Tio Sam. Os efeitos especiais também são bons para a época e para o orçamento paupérrimo. Aliás, é bom frisar que um dos produtores do longa foi Ivan Reitman. Sim, aquele mesmo que dirigiu os dois "Caça-Fantasmas" e algumas comédias de Schwarzenegger, como "Júnior" e "Um Tira no Jardim de Infância" (blargh).

"Calafrios" é um grande e doentio (no bom sentido) cult, para todos os fãs desse grande cineasta fantástico chamado David Cronenberg.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

A Hora do Espanto (1985)

   A década de 80 para os jovens estadunidenses, foi marcada pelo surgimento da MTV, do videocassete, e do erotismo impregnado em todos os seguimentos do entretenimento. O gênero de horror vivia em 1985 uma pequena baixa, se relacionada ao começo da década onde os "slashers" tomava conta. Tom Holland, ator decadente de séries B para televisão, escreveu e dirigiu um "Fright Night", uma grande homenagem ao vampirismo cinematográfico. O roteiro mescla um humor leve, com efeitos especiais surpreendentes para época. Além de misturar elementos comuns entre os jovens da época, como músicas pop à la MTV, alguns peitinhos de fora e claro uma maquiagem convincente.

O cineasta debutante, que três anos mais tarde criaria o ícone Chucky (Brinquedo Assassino), escalou como o grande vilão do filme, o indicado ao Oscar por "Um Dia de Cão", Chris Sarandon. Boa pinta, o ator interpreta o charmoso vizinho do jovem Charley que é um fanático pelo ex-astro de filmes de terror e apresentador Peter Vincent (clara homenagem à Cushing e Price). O rapaz namora a virginal Amy, sua namorada de longa data. Certa noite Charley presencia uma cena inusitada, quando dois homens, recém chegados na casa ao lado, carregam um caixão para o porão vizinho. Curioso, o jovem decide besbilhotar o novo morador, pela janela de seu quarto.Charley nota que algo está muito errado, quando duas mulheres que entraram na casa do seu vizinho, são achadas mortas.

Jerry Dandridge é o nome do galante e misterioso homem que mora ao lado do adolescente, e descobre que está sendo observado pelo rapaz. A partir dai, Jerry mostra sua verdadeira face vampiresca  à Charley, afim de exterminar de vez com o problema de ser descoberto. Apesar de uma tentativa frustrada, o vampiro ameaça o adolescente de morte. Com ajuda de sua namorada, do amigo "Evil", e de seu ídolo Peter Vincent (Roddy McDowall), Charley busca matar a "criatura da noite" que mora na casa ao lado.

Depois de vilões como Jason Vorhees, Freddy Kruger e Mike Myers, "A Hora do Espanto" começou uma bem sucedida carreira de vampiros nas telas oitentistas. Películas como "Os Garotos Perdidos" e "Quando Chega a Escuridão" (da diretora recém oscarizada Kathryn Bigelow) viraram clássicos juvenis graças à película de Tom Holland. A ligeira comédia, somada aos ótimos efeitos especiais, conquistou uma legião de fãs que admiram o filme até hoje, consagrando como um dos melhores do gênero na década de 80. Dada a merecida homengam, o personagem Peter Vincent certa hora menciona que o público mais novo não acredita em vampiros e sim em homicidas mascarados. Clara alusão aos "slashers" que dominava as telas de cinema. Mas com toda a certeza, a partir de "A Hora do Espanto", os jovens passaram a ver com mais atenção os famigerados dentuços que existem desde os primórdios do cinema.
 

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